sexta-feira, 30 de maio de 2008

Donna Maria existem!


O concerto que ontem se realizou no Teatro da Trindade, marcou o regresso aos palcos dos Donna Maria e foi do meu ponto de vista, um sucesso!

Bilheteira esgotada e um público que pela sua participação, também fez parte do espectáculo.
Mas não são só os números que avaliam um sucesso. Penso também que a qualidade do espectáculo apresentado foi de bom nível e orgulho-me de todo o trabalho realizado e que se estende muito para além da hora e meia em palco. Os Donna Maria são ainda uma banda "pobre" em meios mas "rica" na capacidade de trabalho, convicção e teimosia que dá jeito nestas coisas...

Vários factores contrariavam o sucesso de ontem.
O facto de estarmos a dias do "Rock in Rio", o facto de existir um intervalo de 3 anos entre o 1º e o 2º disco, a banda não tocar ao vivo há 2 anos, somado ao facto de o novo trabalho "Música para ser humano" ter até agora "passado ao lado" de grande parte dos media.

Ignoram de uma forma incompreensível a simples existência tanto do disco como da banda. Mas uma banda que "possui" um público na quantidade e principalmente na qualidade que mais uma vez ontem fez questão de "gritar" a sua existência, não pode ser eternamente "esquecida" por uma parte significativa da comunicação social, em particular, a grande maioria das radios nacionais que teimam em não aceitar sequer a nossa existência.
Atrasam sem dúvida a nossa "caminhada" mas com toda a certeza não impedem a nossa "viagem".

A existência da música dos Donna Maria faz sentido para os próprios e para muita gente. Se um dia deixar de o fazer, seremos NÓS a desligar aparelhagem. Enquanto isso não acontece, continuaremos a fazer discos e a dar concertos porque os discos vendem-se (o 1º até foi Disco de Ouro) e os concertos têm público e uns, espante-se!.. até esgotam como o de ontem no Teatro da Trindade como os da apresentação do 1º disco no Santiago Alquimista, como tantos outros.

Perdoem-me a vaidade e o desabafo mas é que estou mesmo contentinho e tenho mesmo orgulho nos Donna Maria.
Principalmente quando olho para os anos de trabalho já acumulados ( e que também a mim me sai do pêlo) e lembro-me de uma frase de uma grande actriz brasileira que estava numa fase alta da sua carreira.

"Não existe sucesso individual, é sempre fruto de um trabalho de equipe."

Humildade desmedida? Não. Uma grande consciência da condição humana.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

A sério?

Chegamos à praia num dia de céu nublado.
Tenta-se estender as toalhas.
As expressões de tristeza face à ausência de sol, são notórias.
Está uma brisa fria.
As pontas das toalhas têm vida própria.
Ninguém tem a coragem de tirar a t-shirt do corpo cansado de uma viagem de carro.
A luta com os grãos de areia promete ser ardua e duradoura.
Já todos perceberam que vai ser um dia de praia de...merda.

E eis que surge a frase que todos tememos, dita por uma alma "genial" de sorriso estampado no rosto...

"ISTO PARECE QUE NÃO MAS QUEIMA MUITO!!"

Obriganhidus pela informação... Olha! Já te afogavas, não?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

2 centimetros

ELA passou, olhou e ameaçou as minhas maiores CERTEZAS. O desvio do olhar lançou-me um ar gelido sobre o que tentava alcançar. 3 passos em frente. Uma pausa,. Um gingar de anca simultaneo com o virar do rosto sorridente, confiante, gozador. O SOL espreitava novamente por detrás da nuvem teimosa e intrometida. Assim como o ar quente, também a minha confiança subiu. Não na minha pessoa mas sim nas leis da Física...

Era a 2ª vez que me olhava e num espaço de 9 segundos contabilizados pelo meu coração/ relógio... Seguiu em frente com mais 2cm de uma escandalosa beleza.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Dedicado a todos os "modernos".

Conversei e converso tanto sobre varios destes "Sapatos"... Deixemos falar quem sabe.

Mia Couto, escritor moçambicano, numa conferência na abertura do ano lectivo do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique apresentou uma metáfora quanto à necessidade de certos cuidados a ter para o sucesso da modernidade.

Dizia ele:”Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar.
Eu contei Sete Sapatos Sujos que necessitamos deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico:

Primeiro Sapato - A ideia de que os culpados são sempre os outros.

Segundo Sapato - A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.

Terceiro Sapato - O preconceito de que quem critica é um inimigo.

Quarto Sapato - A ideia de que mudar as palavras muda a realidade.

Quinto Sapato - A vergonha de ser pobre e o culto das aparências.

Sexto Sapato - A passividade perante a injustiça.

Sétimo Sapato - A ideia de que, para sermos modernos, temos de imitar os outros.

sábado, 3 de maio de 2008

Sabiam que as plantas ouvem?

Hoje mais uma vez disseram-me que se deve conversar com as plantas porque elas ouvem o que nós dizemos.
Tou farto de saber isso!!
Ainda ontem fui ao Otorrino para uma consulta e vim-me logo embora.
Tinha 15 alfaces à minha frente...

VENDO URGENTE: Bateria, microfones e todo o meu material profissional que se relacione mesmo que timidamente com a música...

Ao chegar a casa de madrugada, depois de mais um concerto, leio esta notícia no Blitz...
Sim! eu ainda leio o Blitz!
São manias que tenho como por exemplo: descer as escada de costas sem tocar com as mãos no chão, sem ganir e a gritar: "Benfica é campeão!!!"

Um professor inglês investigou e o semanário britânico New Musical Express deu os primeiros sinais de alarme: de acordo com Mark Bellis, aparente especialista em futurologia do «quinanço», os músicos têm a tendência para morrer cedo. A novidade não é propriamente bombástica e torna-se rapidamente um assunto corriqueiro quando as razões de tão precoce mortandade são reveladas – só o consumo desregrado de drogas e o abuso no álcool vale um terço das certidões de óbito. De acordo com este estudo, a esperança média de vida de um músico dado aos prazeres proibidos é – espante-se – 35 anos menor do que a de um comum mortal do mundo ocidental.

Mas há mais: suicídios, doenças do coração e todas as variantes cancerígenas são potenciais ceifeiras a pairar sobre a cabeça do músico que se quer estouvado. O estudo retira quaisquer perspectivas de longevidade ao incauto manipulador de guitarras, baixos, baterias ou microfones quando avisa que o simples facto de se fazer parte de uma banda de sucesso já significa fazer descontos (e não exactamente para a reforma).

O stress é, evidentemente, um alvo a abater.

Olha que bela notícia de se ler mesmo antes de dormir. Ah??!!
Foi praticamente como ter lido O Principezinho!

Vou só ali descer umas escadinhas e volto já...